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Corrida Acima dos 50

 

Quando uma pessoa pretende começar a pratica da corrida ou qualquer outro esporte a primeira coisa a ser feita é saber de onde partir, qual a sua condição física inicial.

Como descobrir isso? Fazendo uma anamnese, para conhecer seus hábitos, seu histórico pessoal e esportivo. Que deve ser complementada por avaliação medica que contenha um eletrocardiograma de esforço e repouso entre seus exames, aquele teste em que você começa caminhando e termina muitas vezes correndo em uma esteira inclinada.

Este exame é recomendado uma vez por ano a partir dos 40 anos de idade, independente da condição física da pessoa. Ele também vai servir para prescrição de intensidades do treino.

Com o passar do tempo algumas limitações aparecem, exemplo: diminuição da freqüência cardíaca máxima, estreitamento da faixa entre o primeiro e o segundo limiar e diminuição da velocidade máxima para treinos de velocidade.

Um fator se destaca para essas pessoas, a capacidade de recuperação é diminuída, normalmente elas precisam de intervalos maiores entre as sessões de treino e uma menor carga nos trabalhos de alta intensidade (exemplo: treinos de pista, de lombas, uma melhor seleção das competições).

A idade traz vantagens, maior paciência para atingir metas com qualidade, maior tempo livre para dedicação ao treinamento (normalmente as mulheres já estão com seus filhos grandes, podendo dedicar mais tempo para suas metas pessoais), disciplina adquirida ao longo da vida.

Todo treinamento é composto por no mínimo três qualidades físicas: força, resistência e flexibilidade.

A flexibilidade é parte fundamental de qualquer treinamento. Quando nos referimos a pessoas maduras, esta qualidade tem grande peso na preparação física. Muitas pessoas depois dos 40 anos tem um declínio dessa qualidade física, muitas vezes acentuada pelo sedentarismo e outros vícios diários.

Os alongamentos devem priorizar as articulações dos membros inferiores e quadril principalmente, complementada se possível com membros superiores e pescoço.

Devem ter especial atenção os alongamentos que trabalham os seguintes grupamentos: tendão de Aquiles, ísquios-tibiais, trato ílio-tibial e piriformes. Grupamentos que no decorrer do treinamento se não possuírem devido equilíbrio entre força e flexibilidade. Fazem com que o treinamento seja interrompido devido a lesões nessas regiões.

É recomendado que eles façam aulas de alongamento apenas, para dar ênfase nessa qualidade, quando os níveis estão baixos.

Ao executarmos o alongamento devemos tomar alguns cuidados, como evitar algumas posições de alongamentos, por exemplo, a posição de barreira. Ou ficarmos muito tempo em posição de flexão de tronco em pé (alongamento de ísquios-tibais) causando assim uma hipotensão temporária em nosso atleta.

No começo temos que observar e avaliar se nosso futuro atleta tem condições de correr. De que maneira? Começando com uma simples caminhada monitorada por um freqüêncimetro. Talvez nosso atleta atinja percentuais superiores a 70% da freqüência cardíaca máxima apenas caminhando. Cuidado!

Ele tem mais de 50 anos, seus valores máximos de freqüência cardíaca estão diminuídos em relação a um jovem.

Caso isso aconteça ele deve continuar caminhando apenas por mais um tempo para daí então começar a fazer corridas intercaladas com caminhada.

 Se os valores forem baixos podemos partir para a segunda fase que é corrida alternada com a caminhada.

Faça com que ele corra (com passos curtos) e atinja valores de FC entre 65 e 75%, quando passar desses valores inicie uma caminhada ate que ele baixe a valores em torno de 60% então retome a corrida novamente. Gradativamente os intervalos de corrida devem ser aumentados (até 10 minutos quando ela já estará em condições de manter por períodos de até 30 minutos ininterruptos) e os de caminhada diminuídos.

Nessa fase inicial priorize o tempo de atividade (corrida mais caminhada) e não a distancia percorrida. Um volume de 30 a 40 minutos de 3 a 4x por semana, no primeiro mês já faz com que nosso atleta esteja apto a completar sessões mais longas de treino no segundo mês.

Nossos atletas talvez apresentem estilos pessoais de corrida como, pés excessivamente abduzidos (chamado 10 para as duas), cifose muito acentuada e pescoço projetado a frente e recuperação dos pés lateralmente.

Correções de estilo devem ser guardadas para outra fase e talvez até tolerados, afinal essa pessoa tem uma história pessoal, mudar de maneira brusca pode ocasionar lesões graves e talvez permanentes em sua estrutura.

Nessa fase a vitória para muitos é correr. Em outra fase os objetivos podem ser correr distancias maiores, participar de provas e talvez completar uma maratona.

Uma melhor condição física traz também novos horizontes a serem contemplados e alcançados.

Torso para que a geração que hoje vive a sexta década de vida tenha como símbolo um  tênis e não uma cadeira de balanço como as anteriores.